24 de ago. de 2010

UM DIA MUITO TRISTE

Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi, a concepção de ser humano é ser um construtor em construção. Construtor de si mesmo mediante o trabalho que constrói. E assim ele constrói a si mesmo construindo e dominando o meio ambiente que o circunda.

Hoje, lamentavelmente, assisti uma cena degradante desse tal ser humano que me deixou profundamente triste. Assisti um motorista que passava na minha rua a mais de 100km por hora atropelar o cachorro da minha vizinha. Além de atropelar e deixar o animal esfacelando, mas ainda vivo, grunindo no meio do asfalto, ele nem sequer teve a dignidade de parar. Desci correndo e peguei meu carro para levar o animal para uma clinica veterinária, infelizmente, como ele havia fraturado a coluna, precisou ser eutanasiado , pois ficaria com muitas sequelas.

Naquele momento lembrei das dezenas de crianças e idosos que diariamente cruzam a mesma rua, rumo a uma praça pública que também tem campo de futebol (diversão da garotada da vila popular próxima). Graças ao nosso bom Deus esse "SER HUMANO" não cruzou com esses outros seres humanos HOJE.

Fiquei muito triste ao ver as pessoas indiferentes, quase robotizadas, fingindo que nada havia ocorrido com aquele pobre animal , que aquilo estendido no chão não era um ser vivo que precisava de ajuda. Diariamente na mídia leio e ouço relatos de motoristas humanos que atropelam pessoas e depois fogem, e hoje pude comprovar que esse Ser Humano existe em abundância, e me parece, movidos pela ganância, pelo ódio, pelo individualismo e vaidade, havidos em ganhar dinheiro e se dar bem numa remontagem grotesca da lei de Gerson

HOJE FOI UM DIA MUITO TRISTE, FOI COMO VER O SER HUMANO EM ESTADO TERMINAL .

Há 56 anos morria o presidente Vargas.

Na manhã de 24 de agosto de 1954 o presidente Vargas se suícida, desferindo um tiro contra o próprio peito. A grande imprensa comunica o fato a carta testamento ganha as ruas e transforma-se em bandeira mobilizando pessoas em todo território nacional. Multidões querem vingança e atacam as sedes de jornais e rádios, invadem a embaixada dos Estados Unidos e tudo mais associado a campanha contra Getúlio Vargas. O mito de Vargas, portanto, nasce de uma revolta popular, inspirando ao longo do tempo novas ações partindo da nacionalização das empresas de telefonia e eletricidade promovidas por Leonel Brizola quando governador do Rio Grande do Sul, as Reformas de Base do governo João Goulart

Quando o ministro João Goulart anunciou sua intenção em dobrar o valor do salário mínimo que ficara praticamente congelado durante o governo Dutra. O projeto foi duramente criticado, inclusive no interior do governo, ocasionando a demissão do ministro do trabalho afinal fortalecer o mercado interno permanecia aos olhos da elite econômica nacional um grave pecado o ideal, para estes, seria um consumo reduzido direcionando as energias para a exportação de minérios e produtos agrícolas reservando aos detentores do capital o consumo de artigos de luxo importados ficando os trabalhadores com o mínimo necessário e carregando nas costas este fardo de sustentar as excentricidades coloniais.

Comprometida até a raiz do cabelo com o modelo agro-exportador esta mesma elite econômica tratou de minar o projeto de auto-suficiência energética presente na proposta popular de criação de uma empresa petrolífera brasileira. Getúlio Vargas, mais uma vez contrariando interesses destes grupos, assumiu a reivindicação presente na campanha O PETRÓLEO É NOSSO assinando em 1954 a lei 2004 criando a PETROBRÁS.

Desta vez não havia perdão. O ato do presidente assinalava o rompimento com a tradição colonial, desestabilizava a política dos oligopólios internacionais sustentadas através das generosas verbas de publicidade guarnecidas por canhões estadunidenses e ingleses. Derrubar Vargas tornou-se a palavra de ordem dos setores conservadores amplamente difundida na grande imprensa.

O agravamento da crise ocorre após o assassinato do Major Rubens Vaz durante o atentado contra Carlos Lacerda aumentando, a imprensa conservadora, a ferocidade dos ataques exigindo a renúncia de Getúlio Vargas a quem atribuíam o mando do crime baseados em investigação direcionada por oficiais oposicionistas da Aeronáutica. O desfecho da crise ocorre na manhã de 24 de agosto de 1954 quando Vargas acaba com sua própria vida.

O PIG e as elites higienizadas atravessam décadas cuidando de seus interesses e de seus aliados.

Fonte: http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=31191