15 de out. de 2009

Os mistérios da Alliance One e seus amigos


Os deputados Paulo Azeredo (PDT) e Daniel Bordignon (PT) denunciaram ontem (14) na CPI da corrupção que a fumageira Alliance One, empresa teria doado R$ 200 mil à campanha da governadora Yeda Crusius em 2006, recebeu um empréstimo irregular do Banrisul em abril deste ano.Os deputados apresentaram cópia de um documento reservado do banco em que a empresa teria como limite de crédito apenas R$ 25 milhões. A direção do Banrisul, porém, concedeu empréstimos no valor total de R$ 50,9 milhões, e segundo os deputados, as operações não receberam o aval da área técnica do Banrisul. Os deputados também estranharam o fato de que a Alliance One e a CTA-Continental Tobbacos foram as fumageiras que mais compensaram créditos de ICMS entre 2006 e 2008. Pelo visto a Alliance One tem bons amigos na Direção do Banrisul e na Secretaria da Fazenda

A Alliance One e a CTA teriam doado, cada uma, R$ 200 mil à campanha de Yeda após a eleição e uma semana antes da compra da casa da governadora. Os R$ 400 mil teriam sido recolhidos pelo ex-marido da governadora, Carlos Crusius, e usados na compra da Casa. Para quem não lembra, o empresário gaúcho Nestor Mähler, 56 anos, executivo da Alliance One foi encontrado morto no mês setembro na cidade de Itumbiara, em Goiás. Segundo um funcionário do hotel Beira Rio onde estava hospedado, ele foi encontrado na sacada do primeiro andar do hotel e teria "caído" do oitavo andar. A morte é cercada de mistério e segundo o delegado , a vítima teria sofrido um "escorregão" .

Ah! Lair Ferst alertou a víuva de Marcelo Cavalcante, quando da visita dela ao Rio Grande do Sul, de que o pessoal do Planalto Central, ao contrário do pessoal guasca, é profissional. Entendam como quiser. Esse aviso foi antes da morte de Nestor.

Exclusão não julgou o mérito

Os barões da mídia cantaram em prosa e verso a exclusão de Yeda da ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal. No entanto, a a governadora não foi inocentada pelo TRF. A decisão apenas decidiu que ela não pode ser julgada por crime de improbidade, mas só por crime de responsabilidade.

Vamos deixar claro uma coisa : Não houve avaliação de mérito, apenas o pleno do TRF entendeu que governador não pode ser processado por improbidade administrativa (atos praticados por qualquer agente público no exercício do cargo, mandato ou função, que resultem em enriquecimento ilícito ou lesão ao Erário). Ou seja, Yeda só pode ser julgada por crime de responsabilidade (impeachment) na Assembleia Legislativa ou ser alvo de processo criminal no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Portanto, se depender da base de Yeda na Assembleia (PMDB, PP) isso nunca acontecerá.