22 de ago. de 2009

Mais cabeças !

Será que só a cabeça do subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Lauro Binsfeld é que vai rolar ? Na quarta-feira, Binsfeld disse em entrevista que não havia pressa para executar a ordem de despejo porque queria fazer o serviço "bem feito". Mas a responsabilidade também é do comandante-geral da BM, João Carlos Trindade e do Ministério Público que até agora não abriu a boca, aliás, abriu, mas para falar M..... Agora o comandante-geral pede calma, imaginem se tivesse sido um brigadiano morto ? A essa hora centenas de colonos já estariam enjaulados e os jornais e tvs guapas já teriam dado a sentença condenatória ao MST. A transmissão do velório seria com honras e por dezenas de anos a morte seria lembrada, como fizeram com o PM Valdeci, usando de forma vergonhosa a sua imagem para fins politico-partidários. Quem é o oficial que matou o agricultor Elton ? Porque não revelam logo ?Enquanto isso persistir a coisa tende a piorar no RS.

BM matou dois ligados aos movimentos desde 2005


O gradativo aumento da violência da Brigada Militar, ao longo dos anos, culminou com o assassinato de dois trabalhadores ligados aos movimentos sociais desde 2005 . Além da BM ter executado pelas costas ontem (21) o agricultor sem-terra Elton Brun da Silva, também não podemos esquecer que em 2005 o sindicalista Jair Costa foi estrangulado (foto) por PMs — governo Rigotto (PMDB)— ,quando participava de uma manifestação contra o desemprego do setor coureiro-calçadista, em Sapiranga. De lá para cá, confrontos entre trabalhadores e policiais são cada vez mais comuns e violentos. No ano passado, com o arrocho do funcionalismo, o desmantelamento das políticas sociais e dos serviços públicos, sobrou apenas a última barreira da direita: a violência de Estado. Estimulado pela mídia guapa um midiatico coronel colocou anos de experiência de seus serviços prestados à época da Ditadura para bater, bater, bater e bater. Agora, mais um cadáver, reflexo da orientação política direta da governadora Yeda Crusius, do PSDB. Yeda é também culpada pela morte desse agricultor pois passados três anos de seu catastrófico mandato, acabou a política agrária e não assentou um única família Sem Terra. Se a situação política de Yeda já era insustentável devido a corrupção, agora, tendo um cadáver de um agricultor no colo e a revolta dos movimentos sociais, sua vida não será nada fácil daqui para diante.