9 de mai. de 2009

Pipoca não tem antena

A corrupção todos nós sabemos que sempre existiu e sempre existirá, mas escancarada assim já é demais. O que mais me intriga aqui nos pampas é que com toda a lama já revelada no governo Yeda, nossa mídia guapa trata o assunto bem de leve, tranquila, como se tudo isso fosse normal. Parece até conversa de doido (ahahahhaa), onde o que se prova não é real para a mídia. Corrupção, repressão ao movimentos sociais, espionagem política, desgoverno, tudo isso é francamente esquecido rapidamente por nossos colunistas políticos. Aliás, mereceria uma tese de mestrado sobre o tema se fizermos a comparação da cobertura dos blogues e dos jornalões sobre o mesmo tema. Mas quero aqui não falar propriamente na política, mas sim do caso da dentista assassinada no litoral. É escandaloso pois ninguém da grande mídia cobrou do governo o assunto. Agora tem um batalhão de gente da polícia trabalhando para encontrar o criminoso, ao passo que a BM poderia ter salvo a vida da jovem. Tanto o comandante quanto o seu sub deveriam ser exonerados dos cargos ou se tivessem vergonha eles mesmos pediriam pra sair. Hoje, a mesma BM infiltrará dezenas de policiais a paisana na chamada marcha da maconha, para impedir qualquer coisa (ahahhaah) . Piada ! basta ir na esquina que a gente vê pencas de jovens fumando crack e maconha livremente, inclusive na frente da Secretaria de Segurança.
O povo mais politizado do Brasil precisa voltar à sala de aula urgente.

La maison de la tombe

A revista VEJA publica nesta semana (11) reportagem baseadas em supostas gravações que a revista diz ter acessado. Segundo o conteúdo há gravações em que o ex-assessor da governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB) Marcelo Cavalcante, morto no dia 17 de fevereiro, relata as mutretas de caixa 2 do PSDB guasca e uma série de irregularidades na campanha do governo da tucana. Segundo a VEJA, a reportagem ouviu 1h30m das 10 horas de diálogos mantidos entre Marcelo e o empresário Lair Ferst, um dos acusados de participar dos desvios no Detran gaúcho. Neles, fica claro que o ex-assessor conversava com liberdade com Ferst, que o havia ajudado informalmente a arrecadar dinheiro para a campanha. Cavalcante apareceu morto de forma misteriosa no Lago Paranoá e a polícia não atestou ainda o suicídio. A VEJA afirma de acessado áudios de posse do Ministério Público Federal (serão as mesmas da denuncia do PSOL ?) Neles, Marcelo relata que Yeda recebeu dinheiro no caixa dois depois que a eleição terminou. Ele conta que, depois do segundo turno, coletou 200.000 reais da Alliance One e outros 200.000 reais da CTA Continental. São duas fabricantes de cigarro que, segundo Marcelo, fizeram as doações em espécie. O ex-assessor diz que entregou esse dinheiro a Carlos Crusius, marido da governadora. Procurados por VEJA, os executivos da Alliance One negaram ter abastecido qualquer caixa dois e mostraram um recibo que comprova a transferência bancária de 200.000 reais para o diretório estadual do PSDB. Já a CTA Continental contesta ter feito qualquer doação à tucana. O certo é que agoraa a casa caiu e a CPI vai ter que sair na Assembleia. Quem estava demorando para desembarcar do governo Yeda já devem estar colocando o colete salva- vidas.